sábado, 23 de abril de 2011

Vida aos sentidos...

                                          Imagem de A Partida, de Kundo Koyama e Yojiro Takita

Não sou crítica de cinema. Não sei falar de roteiros, argumentos, enredos, desenrolar de tramas, imagem, fotografia, desenvolvimento, atuações, trilha sonora, etc... Mas sei falar exatamente das sensações que certas obras me despertam...
Como gente (e procurando não ser crítica!) gosto de observar e falar de gente! E é assim, como observadora de pessoas, de seu agir e seu sentir, que quero falar sobre A Partida, de Kundo Koyama e Yojiro Takita.
Muitos amigos já haviam me falado sobre o filme, mas não sei dizer bem o porquê, resistia em vê-lo. Pois ontem ele resolveu me hipnotizar na locadora... não teve jeito! Ainda bem!
Primeira descoberta: trata-se de uma poesia em forma de filme, isto é, o filme é uma poesia tocante, sensível e profunda.
Poderia ser somente mais um desses filmes no qual há alguém em busca de um sentido para a vida... esse alguém poderia ser qualquer um de nós, afinal, vivemos em eterna procura pela razão de todas as coisas... Poderia ser apenas mais um filme abordando a terminalidade, a impermanência e o fim...
Pois, para mim, ele fala não somente do sentido da vida tornando-se maior e mais claro diante da morte, mas da morte sendo capaz de doar vida ao sentir, de fazer renascer sentidos, de despertar desejos adormecidos. É o morrer possibilitando entendimento e autoconhecimento, possibilitando o fortalecimento e o posicionamento diante da vida e dos outros.
Chamou-me a atenção o imenso respeito, o cuidado, o carinho e a atenção dedicados ao corpo agora sem vida, mas antes habitado por uma pessoa e sua história; o seu preparo cerimonioso e meticuloso para as despedidas; a paciência e a tolerância respeitosa para com aqueles que sofrem a perda, relevando agressões motivadas pela dor.
O entendimento da importância do que se faz, mesmo frente ao preconceito, à desvalorização em seu meio e às adversidades...
Por fim, o entender que, mesmo em meio à dor, a beleza oculta em cada despedida traz consigo a riqueza de novos caminhos a serem trilhados, abertos por possibilidades descobertas pela mudança do olhar.
     From:http://www.youtube.com/watch?v=tidOJiqVpVU&feature=related

2 comentários:

  1. Amei esse texto. Despertou-me a vontade de assistir a esse filme. Um beijo.
    Leda Marina

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  2. Essa é minha amiga!!!! Vou assistir

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